Arquivo Morto

papeis de carta e envelopes / dimensões variáveis / 2013-2022

Colecionar papeis de carta era o passatempo de muitas crianças entre as décadas de 1980 e 1990. Havia o maior cuidado para guardá-los nas pastas catálogo. O hábito envolvia também adquirir envelopes coloridos, conferir a resistência do saquinho plástico da pasta e promover sessões de trocas. Escrever nos papeis de carta era algo fora de cogitação: nada de marcas de amassados, dobras ou sujeira. Curiosamente, quanto mais intactos estivessem mais valiosos eram. Se a carta busca o outro ausente, a quem os papeis poderiam ser endereçados? Apenas os exemplares repetidos de uma coleção poderiam ser utilizados? Em Arquivo Morto os objetos desejam passar por um processo de “desarquivamento” ao forjarem uma existência textual própria através de rabiscos, desenhos e adesivos que especulam um interlocutor contemporâneo.